quinta-feira, 19 de junho de 2008

NAZISMO - Links do ódio, Adriana Dias

DIAS, Adriana. “Links de ódio: o racismo, o revisionismo e o neonazismo na internet” In.: Os Urbanitas: Revista de antropologia urbana. Campinas, Ano 3, vol. 3, no 4, julho de 2006.



Neste artigo, Adriana vai fazer uma breve análise introdutória sobre as questões do racismo, revisionismo e neonazismo em sites da internet. Segundo ela, há mais de oito mil sites racistas, neonazistas e revisionistas na internet, cerce de quinhentos em domínio brasileiro. Alguns chegam a atingir a marca de dois milhões de visitas mensais para cento e quarenta e cinco mil endereços de IP distintos.
Ainda segundo ela, praticamente todos os sites são também anti-semitas comprovando que estas novas teorias sobre a história necessariamente perpassam por esta questão. Esse contexto ultrapassa o limite dos sites racistas, e pulveriza a discussão a cerca de identidades raciais no campo digital, conduzindo-a para lugares não habituais para discussão do tema, como por exemplo, comunidades do orkut e torcidas organizadas de futebol.
Segundo as observações de Adriana, os sites são fundamentados num discurso que pretende ser científico e biológico e em articulações míticas e rituais. No primeiro caso, eles simplesmente podem simplificar tudo, dizendo que “nosso mundo simplesmente é hierárquico” ou ainda a velha noção de raças, sendo uma superior às outras. Chega a ser bizarro o que essas pessoas escrevem em seus sites. Por exemplo, “só podemos considerar ariano o que apresentar menos de 32% de material genético não ariano”. Com isso, a mistura de biologia com o saber histórico-político-social se mistura em algo absurdamente controverso, que nenhum raciocínio biológico pode comprovar.
Sobre as articulações míticas e rituais, tudo faz parte da crescente incorporação por estes movimentos de elementos ligados à questões supremas, como, por exemplo, a figura de Hitler. Nesse sentido, a imortalidade do sangue ganha força com a idéia de que a raça ariana tem de ser pura para que o sangue possa ser passado de geração em geração sem sofrer interferências impuras pelo meio do caminho.
O que de mais interessante a antropóloga quer nos passar com este texto, é demonstrar que a internet, como fenômeno tipicamente urbano e moderno, está sendo cada vez mais utilizado para a divulgação de conteúdos neonazistas e racistas, sem absolutamente nenhum controle.

Um comentário:

Anônimo disse...

oi, sou a autora do texto.