quarta-feira, 28 de maio de 2008

NAZISMO - Goodrick-Clarke - Sol Negro

GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Sol Negro: cultos arianos, nazismo esotérico e políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004. Capítulo 14 e conclusão.


Segundo Nicholas, raça é o ímã dos cultos arianos e do nazismo esotérico, o princípio-guia de sua visão de mundo histórica e política, ou seja, não se baseiam em nenhum método empírico para o estudo da história.
Os grupos neonazistas britânicos surgiram como resposta aos crescentes níveis de imigração de pessoas de cor, a partir do final da década de 1950. Entretanto, a extrema direita racista não cresceu em um vácuo. Apesar de a opinião liberal nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha se opor fortemente ao racismo, diversos fatores na política ocidental agiram para reintroduzir a raça como uma categoria legítima de identificação grupal.
Também se torna cada vez mais comum a procura por se vitimar os negros e os imigrantes nestes países centrais. A mídia liberal, principalmente, procura salientar um racismo cada vez mais latente por parte dos brancos. Crimes de negros contra brancos, como assassinato, estupro e assalto com violência são muito mais numerosos que crimes de brancos contra negros. Entretanto, a mídia nacional tipicamente salienta os casos de ataques raciais por parte dos brancos, enquanto muitos relatam os crimes dos negros como “indiferentes quanto à cor” e são, em geral, restritos à imprensa local. A presença desproporcionalmente grande da presença de negros no sistema penal, testemunhos evidentes de crimes, de violência e de baixa produtividade dos negros são amplamente ignorados pela mídia liberal, ou considerados como evidência da desvantagem dos negros e do racismo dos brancos.
Escrevendo após a Primeira Guerra Mundial, o teórico racial americano Lothrop Stoddard percebeu a ameaça da imigração tanto em termos econômicos – forçando a redução dos salários – como por suas conseqüências culturais, afetando a religião, as regras de conduta, leis e costumes.
A questão se os Estados Unidos podem realmente assimilar esses imigrantes implora por políticas de bilingüismo e multiculturalismo no sistema educacional. A primazia dos direitos humanos internacionais sobre noções de soberania nacional também levou a uma erosão progressiva da cidadania, pela qual estrangeiros clandestinos recebem benefícios do bem-estar social, da educação, de subsídios do governo e até mesmo o direito a voto.
O autor ainda conclui que os desafios do multirracialismo nos Estados ocidentais liberais são ainda maiores, e é evidente que a ação afirmativa e o multiculturalismo estão levando a uma hostilidade ainda mais difusa contra o liberalismo. De um ponto de vista retrospectivo de um futuro potencialmente autoritário em 2020 ou 2030, esses cultos arianos e o nazismo esotérico podem ser documentados como sintomas iniciais de grandes mudanças desestabilizadores nas democracias ocidentais da atualidade.

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